Maccabeo parte V - Alfons Martin

. sábado, 24 de maio de 2008


A visão da cidade de Valência confortara seu peito, depois de tantas angustias Cândido estava próximo de seu objetivo.

- Mas que bela cidade – exclama Cândido ao andar por suas ruas, o comércio ainda prospera, mesmo com a peste, algumas pessoas ainda não haviam perdido as esperanças, mas era fácil se notar que as mãos do Santo Ofício estavam agindo por toda a cidade, pois os cidadãos ao ver Cândido em suas vestes, tinham reações de medo, espanto, felicidade, podendo-se notar que muito realmente tinham fé na Santa Igreja.

Após uma ou duas horas de viagem, Cândido está no centro da cidade, e bem próximo da residência de Martin, com um pouco de dificuldade chega a um sobrado um pouco deteriorado, a ordem de investigação que possuía o levava até aquele local, Cândido para sua carroça, arruma sua roupa, e ao tentar bater na porta do sobrado, nota que a mesma já se encontra aberta, e adentra, logo após sua entrada, nota que alguém tenta escapar pelo fundo, nisso Cândido corre até o fundo, pois pode ser Martin, e se o mesmo fugir, tudo isso que acontecera fora em vão.

-NÃO OUSES FUGIR! – Exclama Cândido com uma voz autoritária, e a figura que tentava abrir a porta dos fundos para, levanta as mãos, e vira em direção de Cândido, a figura é um homem de aproximadamente 36 anos, um pouco acima do peso, sua pele é pálida, como se nunca tivesse recebido a luz do sol, seus cabelos são é um pouco comprido demais para o padrão espanhol da época, - Calma, eu não tentava fugir – Exclama o homem.

- Você é Alfons Martin? – interroga Cândido.

- Sim, sou eu, em nome do azar, você veio aqui para me queimar?

Nesse momento, Cândido remove a máscara do fato, olha bem para Martin e diz:

- Não, não sou do Santo Ofício, mas vim até aqui para salva-lo, pois o destino da fogueira já fora escrito pelos padres, se permancer aqui não sobreviverá.

- Fugir? Como vou fugir? E aonde o senhor conseguiu meu nome? Porque me salvaria? Sou pobre, não posso lhe dar ouro, não tenho nada a lhe oferecer além desse sobrado velho, o senhor seria um Santo? – pergunta Martin, ainda estupefato pela declaração daquele homem desconhecido.

- Na verdade, o senhor é muito útil para mim, -Diz Cândido, que se senta em um banco de madeira que se encontrava próximo da porta – O senhor tem o conhecimento de latim antigo, assim como os fundamentos da cura que era empregada no glorioso Império dos César não é mesmo?

- Eu acho que sim, conheço medicina, mas nunca pude ler sobre a cura romana. A igreja confiscou todos os livros... – responde Martin, mostrando um profundo sentimento de pesar.

Cândido nesse momento se levanta, aponta para a direção do carroção e diz:

- Isso não é o problema, arrume suas provisões, vamos embora daqui nesse momento.

Sem responder nada, Martin pega alguns livros, roupas, um cantil de água e sobe no carroção, nesse momento o mesmo se surpreende com a quantidade de livros que existia ali, nunca tinha visto tantos juntos, Cândido sem dizer nada, simplesmente parte com a carroça, saindo de Valencia, quando a cidade começa a sumir no horizonte, Cândido pergunta:

- Aonde podemos ir?

-Grécia! – exclama Martin animadamente – Lá estaremos salvos da igreja e com esses livros... Com esses livros podemos curar muitos males...

(Interrompendo o comentário) – Poderia curar a Praga? – pergunta Cândido.

- Podemos tentar, eu tenho fé que conseguiremos...

Cândido solta um sorriso de satisfação, é possível que tudo isso venha a salvar muitas vidas, mas uma imagem tira Cândido de seus pensamentos, alguns cavaleiros se aproximam em velocidade da carroça, e antes que Cândido pudesse vestir o fato novamente, eles o abordam.

Im nomine patris, Miserere nobis.

Cândido ao ver os homens da igreja a sua frente, alguns deles se armando, pensa em dialogar, mas ao lembrar de tudo o que viu até naquele momento, de nada iria adiantar, e é notável que aqueles quatro soldados que acompanhavam o padre eram recrutas, sim, ele poderia ter uma chance.

- O meu Deus, eles nos pegaram Cândido, e agora, Pai amado, me proteja dessa situação...

- CALE-SE! – Exclama Cândido, nesse momento, um dos soldados desce do cavalo, e com espada em punho se aproxima da carroça, Cândido em uma ação de extrema eficiência, saca a sua espada, pula da carroça com um golpe vertical, que acerta precisamente o crânio do jovem soldado, que cai ao chão em um borbulhar de sangue.

Nesse momento, o padre recua, diz aos soldados que o matem, pois aquele blasfemador só poderia ter um pacto com o demônio para agira daquele modo.

Ao ouvir isso, Cândido exclama:

- Não é pacto com ninguém senhor, é treinamento militar, seus recrutas não têm chances, nos deixem partir que ninguém sofrerá.

Mas é em vão, mais um dos soldados parte em direção a Cândido, e com um golpe aberto o ataca golpe que fora facilmente aparado por Cândido, que por sua vez enterra a espada até o estomago do jovem, um dos soldados, ao observar Cândido cai ao chão, tenta levantar e não consegue tempo para Cândido partir para cima do outro soldado, mas aquele soldado que se encontrava ao chão, com muita dificuldade retira seu elmo e grita:

- POR FAVOR, PARE PAI!

Como Cândido não reconheceria aquela voz, era de seu primogênito, Caio se encontrava ai, e por pouco Cândido não o matara. Após isso, Cândido solta sua espada ao chão, ele não poderia lutar contra seu próprio filho, isso era demais para ele, e aos prantos e soluços é rendido por outro guarda, assim como Martin. Cândido pergunta a Caio o porquê daquilo, Caio diz ao pai que o mesmo era um pecador, que jogara a família a vergonha...

Cândido, em uma última frase antes de se calar diz:

- Mas isso tudo fora por você...

Após isso, o padre coloca Cândido nas correntes, um dos soldados assume a carroça, colocam Martin nas correntes também, ambos recebem golpes na nuca para perderem a consciência, a ultima visão que Cândido tem naquele momento é de seu filho o observando com os olhos marejados, mostrando-se envergonhado pela situação do pai.


Rodrigo, que inicialmente pede desculpas pela demora para postar a 5ª parte, assim como possíveis erros de concordância no texto, problemas atribuídos a falta de tempo.
Créditos das imagens: Hibbary e Zianthia ambas imagens extraídas do deviantart

3 comentários:

Ana Paula disse...

naun tem desculpa naun... demoro muito bixu...
a estória desenvolveu bem, agora com um novo conflito, uma nova virada... legal!!!
flw

Anônimo disse...

Mein Liebe!!

Que decepção de Maccabeo...seu própio filho colocando um punhal no fundo do seu ser!!!Ele passando por tudo aquilo para encontrar uma cura e salvar ao menos os seus filhos dessa desgraça, passando por bons bocados a ponto de ser pego pelos inquisidores, tendo que sujar tuas mãos com sangue e enfrentar a figura da praga nas vilas em que passara!!!!E ainda a morte de sua esposa viva alí nos rostos das pessoas com cheiro de morte pelo ar!!!
Que decepção...tudo aquilo por ele...que é a frase mais tocante do texto...tomara que com essa frase seu filho fique amolecido e ajude seu pai e Martin a escapar dessa!!!!

Não espero um final feliz pois pela história real imagino o que irá acontecer...mas tomara que Maccabeo encontre a cura sim e viva em paz com seus filhos e cumpra com o seu ideal!!!!!

:* beijos e beijos

Unknown disse...

oie, nossa tio ta muito legal *O*
posta mais.

 

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